6 de abril de 2009

O time do conto de fadas (por Sbub)

Análise da notícia: o time do conto de fadas
 
Exceto pelos jogadores do Brasilia Twisted Trees, ninguém esperava ver o time nas finais da Conferência, ao lado dos fortes times de LeBron, Kobe e Chris Paul. Porém, o time chegou e teve chances reais de avançar às finais.
 
O time do Brasilia não foi uma das forças do draft. Com apenas a 12ª escolha, apostou na dupla Nash-Iverson para competir em pontos, assistências, roubos e cestas de três. No entanto, o peso de Iverson sobre a folha salarial obrigou o time a apostar em jogadores mais baratos, mas com potencial, para completar o elenco. Bargagni completaria o time com bolas de três na posição 4, Jeff Green era a aposta para o futuro da franquia, e Earl Watson poderia somar até 14 assistência num jogo para assegurar a vitória no quesito. Havia um vácuo na posição 5, preenchida pelo promissor Kevin Love no draft dos novatos.
 
O time demorou a engrenar. Bargagni não se acertava com O'Neal no Toront, Nash não falava a língua de Porter, Love ainda iniciava a liga e Iverson apresentava as menores médias da carreiras. Muitas vezes, o time foi salvo por raras boas atuações de Tim Thomas e Earl Watson e das demonstrações de Green de que seria uma grande jogador. As vitórias vinham principalmente em assistências e roubos. O time deteve o recorde de assistências por várias rodadas.
 
Enquanto o técnico da equipe, Vinny Del Negro, tentava encaixar as peças, o GM da equipe buscou melhorar a equipe titular. Trocou o promissor Jeff Green pelo All Star Antawn Jamison e, no final da temporada, abriu mão de dois bons colaboradores, Thomas e Watson, para buscar alguma peça de qualidade no mercado de FA. No mercado, adquiriu Peja Stojakovic, por um salário menor do que ele recebia até então. Sem Watson, o time deixava de ser um dos melhores em assistência, mas adquiria solidez nas cestas de três, quesito no qual Iverson não estava contribuindo.
 
A chegada dos novos jogadores coincidiu com a subida de produção de Nash, Love e, principalmente, Andrea Bargagni - a jogadora draftada na mais alta posição da história da NBA. A nova fórmula permitiu ao time ganhar de vários times e chegar a terceira posição faltando uma semana para os playoffs. Nesse momento, porém, a estratégia de ter um time titular muito superior ao time reserva começou a parecer preocupante. O time perdeu Iverson e Stojakovic e caiu para a sexta posição.
 
No início dos playoffs, a sorte sorriu para os Twisted Trees. Os dois times jogaram desfalcados. O Twisted Trees ganhou na raça e por três a zero. Missão do time para 2009 cumprida, o time agora enfrentaria o forte Drugdealers.
 
Ainda sem dois jogadores, Iverson e Peja, o Brasilia praticamente garantiu a vitória em turnovers. Nos demais quesitos, a briga foi dura. O time dos Traficantes ainda jogou uma partida sem Murphy, mas sofreu bem menos com contusões. O time desdobrou-se, contou com duas boas atuções de Aaron Afflalo, em substituição a Iverson, e chegou a ganhar do time-criado--pra-defesa em rebotes. Vitória indiscutível do Twisted Trees, que chegava à final da Conferência. Nash e Jamison riam à toa.
 
Na final, novamente contra um time sem grandes problemas de contusão, o Brasilia chegou a jogar sem Andrea, que perdeu uma partida pela primeira vez na carreira. Ainda asim, a falta de um outro especialista em assistências para auxiliar Nash, sepultou as chances do time nesse quesito, tendo que lutar em categorias mais iregulares, como roubos e tocos. O time levou a série até o último jogo, mas caiu no final, justo quando perdeu no seu quesito forte nos playoffs, os turnovers.
 
O time se despede sem ter perdido duas partidas seguidas nos playoffs. Para temporada que vem, Iverson se tornará Free Agent e o melhor jogador da franquia, Steve Nash, se aproxima cada vez mais da aposentadoria. Por outro lado, o s jogadores saem valorizados da campanha e o time terá uma folga de US$ 20 milhões para reforçar a equipe.
 
O mundo do basquete se despediu do time surpreendente e guerreiro, com uma campanha que chamou atenção de jogadores, técnicos e analistas de basquete. O maior cestinha da história do Brasil, Oscar Schmidt, chorou "Esse time de Brasília, meu, porra, os caras chegaram lá, desfalcados, meu, que coisa linda". O ala-armador do São Bernardo Furnitures, Josh Howard, também se emocionou. Visivelmente sem forças, declarou que a campanha do time foi a maior lombra do campeonato e que sua ausência causaria uma grande larica. 
 
A reportagem procurou Valtinho para comentar sobre a atuação de Steve Nash, o Valtinho americano. Porém, o jogador não pode atender a reportagem. Depois, tentou entrevistar Marcelinho Huertas, que viajava com sua equipe pela Europa. Em substituição, a reportagem tentou entrevistar Nezinho, que declarou "Não vou dar entrevista, porra. Vai você!"
 
Na equipe, os jogadores pareciam tranquilos. Jamison foi categórico "Estou acostumado a jogar num time desfalcado. No Wizards, cheguei a jogar ao lado de um anão montado num cachorro, dois gêmeos siameses canhotos e um sofá em courino. Perto disso, o Diop é um grande jogador." A grande promessa da equipe, Kevin Love, disse que o espírito da equipe favoreceu os bons resultados "A equipe jogou com amor."*
 
O técnico da Equipe, Vinny Del Negro, comemorou o resultado sem modéstia. "Eu fiz o Afflalo jogar. Acho que posso fazer o Joakim Noah fazer um triple double. Voto em mim mesmo pra técnico do ano."
 
Pela campanha surpreendente, o time chegou a ser ironicamente comparado a Cinderella pelos gerentes de outras equipes. Perguntado se isso o ofende, o GM Sbub demonstrou serenidade "Acho Cinderella um nome sem força nominal. Gata Borralheira é muito mais roots."
 
 
*As opiniões e trocadilhos usados nessa reportagem não refletem a opinião da Liga Bola Presa de Fantasy, que acha que trocadilhos estão para o humor, assim como o o Hack-a-Shaq está para o basquete. Eu e Greg Popovic não nos importamos com isso.

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